Estamos a pouco menos de um ano das eleições municipais em todo o
país e os números dos últimos dois pleitos na cidade de Rio Grande nos
mostram um dado muito preocupante.A quantidade de abstenções no
município cresceu no período. Desta forma, a fórmula usada pela
população para demonstrar sua insatisfação é uma mistura complicada de
elementos que costumam não reagir bem quando colocados no mesmo tudo de
ensaio: a necessidade de mudanças e o afastamento voluntário do eleitor
do processo político.
Em 2008, ano em que
ainda havia 13 cadeiras em disputa para o Legislativo mais antigo do
estado (o número foi ampliado para 21), Rio Grande tinha 139.514
cidadãos em gozo pleno de seu direito de votar, entretanto, 19.734
eleitores não compareceram às urnas. Um contingente que representa
14,14% de toda a força política da qual dispõe o povo em qualquer
democracia do mundo: o voto!
Já em 2012, observou-se um
crescimento significativo das ausências. Em números absolutos o
crescimento foi de quase quatro mil ausências em relação ao pleito
anterior. Chegamos a 16,06% em abstenções e, caso alguém esteja pensando
que esse quantitativo é pequeno, é bom lembrar que a eleição para a
prefeitura de Rio Grande foi decidida com uma diferença de 9.624 votos.
Portanto, os 23.668 riograndinos que não compareceram às urnas,
constituíram um exército 2,4 maior do que o número de votos que definiu
quem sentaria na cadeira de prefeito. Definitivamente, abrir mão de
votar não parece ser a medida mais eficaz para o melhoramento do sistema
político-eleitoral vigente.
Clique no link (https://infogr.am/quadro_de_comparecimento_das_eleicoes_municipais_em_rio_granders)
e veja um infográfico com informações sobre o crescimento das
abstenções nas eleições riograndinas.